O Brasil e o mundo têm buscado formas para avançar no processo produtivo e ao mesmo tempo reduzir o impacto ambiental para criar um ambiente adequado para uma economia mais sustentável. Trata-se de um grande desafio, em que, para alcançar êxito, é preciso utilizar ferramentas modernas, baseadas em ciência, que podem otimizar, por exemplo, a produção de plásticos biodegradáveis, a redução de metais tóxicos no ambiente, e a produção de biocombustíveis e insumos para diferentes segmentos.
A biotecnologia, técnica que utiliza sistemas biológicos, organismos vivos e seus derivados para fabricar ou modificar produtos ou processos para utilização específica, é uma dessas ferramentas poderosas para atingirmos esse desafio global.
Na Amazônia brasileira, a biotecnologia já começou a gerar resultados, como a produção de insumos renováveis produzidos a partir de óleos vegetais, como óleo de palma e palmiste, para substituir produtos petroquímicos por matérias-primas renováveis, voltados para os segmentos agrícola, cosmético, alimentício, de limpeza e farmacêutico.
Produtos como sabonetes, shampoos, espumas de barbear, cremes hidratantes e filtros solares dependerão cada vez menos de componentes químicos derivados do petróleo e se tornarão mais sustentáveis a partir do emprego de insumos de origem vegetal em suas formulações. É isso que os principais mercados do mundo anseiam e é isso que precisa ser feito para gerarmos riquezas com a floresta em pé.
Acredito no investimento em inovação para preservar o meio ambiente, gerar emprego e renda em áreas remotas e oferecer para os consumidores de todo o mundo produtos produzidos com respeito ao meio ambiente. A preservação da biodiversidade está na ordem do dia no mundo todo e o Brasil, por deter a maior biodiversidade do planeta, é peça-chave para garantirmos o equilíbrio dos ecossistemas.
Entre os diferentes biomas brasileiros, a Amazônia é a região mais rica e pode ser considerada como a de maior potencial natural do mundo contemporâneo em termos de material para pesquisas científicas e insumos para a bioindústria. Esse potencial precisa ser estudado, protegido, recuperado e explorado de forma responsável, com o uso sustentável dos ecossistemas terrestres e gestão das florestas.
O cultivo da palma de óleo na região, em áreas degradadas até dezembro de 2007, conforme o Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo, uma das legislações mais rígidas do mundo, é uma alternativa para descarbonizar a floresta, gerar inovações, riquezas e empregos.
Com alto rendimento de tonelada de óleo por hectare, a palma de óleo é dez vezes superior a soja, e sua cultura possui um caráter social importante: não pode ser mecanizada e fixa o homem no campo, o que representa relevantes geração de empregos e de fontes de renda na região amazônica. Além disso, essa planta contribui para o equilíbrio da floresta, captura carbono e recompõe a cobertura do solo.
O emprego da biotecnologia nesse setor o coloca em um novo patamar, pois será possível não “apenas” produzir biocombustíveis e gerar energia renovável para áreas isoladas da Amazônia, que não estão integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de energia elétrica, mas também produzir insumos renováveis de alto valor agregado, que serão a base para produtos sustentáveis, oferecidos por diferentes segmentos.
Promovendo a inovação do setor e com o propósito de descarbonizar a Amazônia, o Grupo BBF inaugurou a BBF BioTech, especializada na produção de insumos renováveis produzidos de forma sustentável, a partir de óleos vegetais, como o óleo de palma e o óleo de palmiste – cultivados na Amazônia -para atender diversos setores do mercado e substituir produtos petroquímicos.
São dados que comprovam que a biotecnologia é, sem dúvida, uma grande aliada para essa guinada brasileira rumo à produção sustentável de insumos que o mundo precisa, protegendo um dos maiores patrimônios do planeta – a floresta amazônica.