O planeta inteiro, cada vez mais, sofre com as mudanças climáticas. São inúmeras as consequências do aquecimento global e algumas delas já podem ser sentidas. Os cientistas já observam que o aumento da temperatura média do planeta tem elevado o nível do mar, devido ao derretimento das calotas polares, o que pode ocasionar o desaparecimento de ilhas e cidades litorâneas e, consequentemente, de suas populações. Além disso, a tendência é que soframos cada vez mais com eventos externos climáticos, como tempestades, inundações, ondas de calor e de seca, furacões e tornados, que trazem graves consequências para os humanos e os ecossistemas naturais, ameaçando diretamente plantas e animais. O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU de abril de 2022 indica que as emissões nocivas de carbono de 2010-2019 foram as mais altas na história da humanidade, com aumentos de emissões registrados “em todos os principais setores do mundo”.
Nesse sentido, já desponta o trabalho da Brasil BioFuels – BBF. A empresa brasileira que atua no agronegócio desde o cultivo sustentável da palma de óleo, produção de biocombustíveis e geração de energia elétrica renovável expande seu portfólio de atuação e apresenta mais uma vertical de negócio: uma unidade especializada na produção de insumos renováveis para atender diversos segmentos — como agrícola, cosmético, alimentício, limpeza a farmacêutico. A primeira planta da chamada BBF BioTech está localizada no Estado de Rondônia.
“É algo totalmente novo para nós. Estamos falando de insumos que serão usados nas formulações de produtos cosméticos, como cremes e loções, então temos que ter cuidado, pois exige um tratamento muito diferente. Enviamos produtos finais para testes de fatores como cor, cheiro e alergia. São passos que sabemos que demandam tempo, mas que são fundamentais para avançarmos. Disponibilizaremos as novidades para clientes que desejarem fazer parte dessa cadeia de produtos verdes”, adiantou o CEO da companhia, Milton Steagall.
A essência do trabalho inédito dentro da companhia é justamente substituir o uso de produtos petroquímicos por matérias-primas renováveis. Os insumos da linha de produtos batizada de AmazonBio Care são produzidos de forma sustentável — a sustentabilidade é um dos grandes pilares da empresa — partindo de óleos vegetais, como o óleo de palma e o óleo de palmiste (que é a noz do fruto da palma), já cultivados pela BBF no Norte do país há muitos anos. A produção é amiga do meio ambiente: além de recuperar áreas já degradadas da Floresta Amazônica, o cultivo sustentável da palma de óleo realizado pela BBF captura mais de 463 mil toneladas de carbono anualmente e gera milhares de empregos no campo, uma vez que nem o plantio nem a colheita podem ser mecanizados. A companhia é pioneira no modelo de negócio verticalizado, isto é, que vai desde o cultivo sustentável até o desenvolvimento de insumos para atender diversas indústrias do mercado, passando pela produção de biocombustíveis e geração de energia renovável para localidades isoladas da região Norte.
“O óleo de palmiste está presente de 65 a 70% dos produtos que estamos fazendo nessa nova fase. Quisemos entender isso lá atrás, se existia a possibilidade de trabalhar com ele de forma 100% renovável e qual seria o tamanho do desafio. E assim começou e foi sendo construído todo esse processo, que foi de muito estudo e desenvolvimento”, contou.
Na nova planta, localizada em Ji-Paraná (RO), podem ser produzidos dez tipos diferentes de insumos renováveis – estes, além de utilizados em produtos de higiene pessoal, limpeza e cosméticos, ainda podem ser empregados em formulações de herbicidas e inseticidas na agricultura ou como solventes industriais. Além dos princípios de produção não agredirem o meio ambiente, os produtos são biodegradáveis — isto é, fabricados com materiais rapidamente decompostos no meio ambiente — e foram testados para que não irritem os olhos ou a pele, respeitando as principais referências técnicas de controle de qualidade disponíveis no mercado. O investimento da nova planta em Rondônia é de aproximadamente R$ 33 milhões e sua capacidade instalada de produção é de 3.000 toneladas por mês.
Com o objetivo de promover a inovação no setor, o Grupo BBF estabeleceu parcerias com os principais centros de pesquisa universitários do Brasil, como UNICAMP, IPT e USP. A companhia registrou, somente em 2022, 11 patentes aplicadas nas áreas de cosméticos, limpeza, farmacêutico, alimentícia e biocombustíveis. Com a nova linha, a BBF reforça seu compromisso com o desenvolvimento socioeconômico e a preservação ambiental da Amazônia e também com o investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Alinhada com a visão de longo prazo da Companhia, uma segunda planta industrial da BBF BioTech está em construção, com inauguração prevista para o segundo semestre de 2023, em Manaus (AM). O investimento nesta segunda unidade será de cerca de R$ 90 milhões. Sua capacidade instalada, na primeira fase do projeto, também será de 3.000 toneladas ao mês – dobrando assim a capacidade produtiva total da BBF BioTech e permitindo o crescimento no portfólio de produtos disponíveis no mercado.